Por que falhar? Porque olhos, ouvidos e os mais absurdos mitos estão rodeando essa geração denominada de Y, jovens nascidos pós anos 80. Essa é a minha geração. Essa é a sua geração. Particularmente não há nenhum dom nela, mas muitos acreditam que somos diferentes. E se não formos? E se falharmos? Uma geração altamente conectada que pode, simplesmente, falhar.
Esse ponto foi apresentando durante uma apresentação na Mostra de Conteúdo do HSM ExpoManagement lá de 2010. Até hoje isso me inquieta. Vou pecar por não conseguir lembrar o nome do palestrante, mas foi um dos painéis que mais marcou a minha vida. Só consigo lembrar que era um médico, com um pé empresarial e que pesquisava todos esses impactos e como os mais velhos poderiam se adaptar às mudanças tecnológicas e midiáticas que o mundo vem sofrendo.
A matemática é o seguinte: jovens da geração Y são altamente conectados e vislumbram o poder imediato. Querem passar de estagiários a diretores ou representantes empresarias de alto nível. Não enxergam mais os mais velhos como níveis hierárquicos a serem respeitados. Mudam de emprego como mudam de roupa. São desinibidos e se acham o centro do mundo. Esses jovens não enxergam mais os chefes como chefes. Eles querem passar por cima, querem ignorar ordens e posições dentro da empresa.
Entretanto, mudar de emprego a todo instante pode demonstrar falta de adaptação, e não hiperatividade. Um sujeito que não consegue passar mais de 1 ano em um cargo pode representar, para muitas empresas, um problema a ser evitado, já que passa uma imagem insegura, imatura ou não confiável. E é exatamente por sermos tão descolados que nós, geração Y, podemos falhar. Não estamos enxergando 2 pontos básicos que estão cada vez mais evidentes.
De um lado tem a geração X, ou anterior, os baby boomers, que são experientes, maduros e conhecem como ninguém a empresa, já que passaram 40 anos na companhia. E isso pode pesar – e muito – de forma positiva lá na frente. Toda empresa precisa de um conselho sério e sábio. Quem melhor do que um profissional com carreira de décadas de reputação?
Porém, na outra vertente há a geração Z. Essa galera que nasceu pós anos 90 e que é ainda mais conectada, diversificada e ainda menos temente a ordens e hierarquias. A geração Z não quer passar nem pelo cargo de estagiário, que ser CEO logo de cara. Quer abrir a própria empresa e jamais ter chefe. Têm tanta facilidade com os meios digitais que se destacariam sem qualquer dificuldade em uma empresa.
Agora junte tudo. De um lado, o cara da geração Z, CEO com 23 anos, altamente antenado e totalmente digital. Do outro lado, o sujeito baby boomer com 40 anos de empresa e, por isso, no conselho administrativo, estando por trás das principais decisões empresariais e braço direito do CEO de 23. E a geração Y? Talvez a geração Y nem chegue a assumir o poder.
Essa era a ideia central do palestrante. Eu sei. Dói ouvir isso. Mas faz todo o sentido. Já faz um tempo que essa ideia circula minha mente. O que vocês acham sobre isso?