Os profissionais de comunicação do futuro já são uma realidade mais do que consolidada atualmente. Profissionais que em tempos não tão remotos assim acabavam se especializando em apenas uma única vertente de atuação, como a escrita, programação, desenvolvimento, design, edição de vídeo ou áudio, gestão, marketing ou assessoria de imprensa. Não era algo imposto, mas um fato simplesmente “natural”.
Entretanto, hoje temos uma readaptação dramática e profunda nos moldes desses profissionais. Um jornalista, por exemplo, precisa ter visão de negócio, entender de programação ou até mesmo ter avançadas noções de marketing tradicional. A complementaridade de funções designadas a um único profissional foi imposta pelo mercado, absorvido naturalmente por muitos e ainda debatido por muitos céticos.
Porém, o que mais difere esses dois contextos é o fato de que mesmo com a multidisciplinaridade dos profissionais de agora, seus campos de especialização devem ser mantidos em uma linha constante de foco. Não é porque incorporamos muitas habilidades que devemos atuar em dezenas de segmentos de forma simultânea.
Posições e riscos desnecessários
Um dos maiores desafios do jornalista digital é manter o foco na linha de frente. Atuar com dezenas de vertentes e conservar a produção de conteúdo de forma estruturada podem ser um grande entrave para muitos profissionais que não se adaptam de forma tão natural às novas ferramentas digitais. O principal pilar, aqui, é saber a hora de parar o que está fazendo e assumir que a criação tomou conta do criador. Quem manda na informação ainda é o jornalista, não a ferramenta.
Por isso, um grande diferencial para o jornalista é utilizar diferentes ferramentais digitais para produzir um conteúdo jornalístico de qualidade de forma focada, sem correr o perigo de se perder dentre tantos tentáculos. Não é porque o nosso campo de atuação foi maximizado que temos que assumir posições e riscos desnecessários, principalmente quando a propriedade do conteúdo produzido pode ser prejudicada.