Orkut? Não, não estou falando somente do Orkut. No Brasil, é plausível pensar no mesmo como sinônimo de mídia social. É a maior do país. Mas refiro-me a qualquer rede social disponível, tanto as mais populares como o próprio Orkut, o MySpace, a Last.fm, o Facebook, o Flickr, como também as menores, como o Intermeios ou outro grupo qualquer de discussão.
Há estudos que criticam a excessiva exposição de informações pessoais ou até mesmo confidenciais, transformando seus usuários e suas relações socialmente virtuais em matéria-prima pura para verdadeiros vandalismos eletrônicos.
Isso acontece em todos os lugares? Sim, isso acontece em todos os lugares. Mas em nenhum local a impunidade ou a falta de regulamentação para punições é tão grande. É mais fácil adquirir informações on-line e desaparecer digitalmente do que tentar a mesma audácia no mundo real.
As apologias ao preconceito e ao racismo se difundem como práticas comumente aceitas, pois a internet é a rede de todas as ideias (uma ideia conforme a nova gramática da língua portuguesa, porém com o mesmo significado) transformando agressores e vítimas em meras peças de um jogo sem fim.
Muda o conceito de evolução
Sim, há o lado positivo nas redes de discussão e no aumento épico na relação homem e internet: muitos brasileiros somente aderiram à prática virtual devido à vontade de também pertencerem a algum meio social digital, como, no nosso caso, o Orkut.
Entretanto, devemos ficar atentos a essa ‘democratização de crise’ que a internet proporciona. Hoje qualquer um pode participar dessa marginalização virtual, pois a rede mundial de computadores se tornou um meio infinito para práticas maléficas.
Já estamos em uma era de internet 2.0. A evolução da maior evolução que a humanidade produziu, fazendo com que o nosso próprio conceito de evolução mudasse. Será que a criminalidade vai acompanhar esse salto?
Texto no Observatório da Imprensa.