Há incontáveis maneiras de se criar belos argumentos com números, dados e estatísticas. Aliás, quando os usamos (os números) tais argumentos denotam uma aurea de maior respeitabilidade. Porém, ao contrário do que muita gente pensa, os números não são neutros.
Acontece que tudo varia. Varia conforme o ponto de vista empregado, a pergunta realizada, o resultado que você quer ou quando, onde e como os números foram obtidos – e com qual propósito.
E uma das maneiras de ficar com um pé atrás quando falamos em números é justamente compreender que eles não são absolutos e infalíveis. Aliás, como foi dito no início, manipulá-los, sobretudo em uma era dadificada como a atual, tem se tornado uma virtude daqueles que focam na disotorção dos fatos.
Justamente pelo fato dos números rechearem as estatísticas é que esta última é usada como fortalecimento dos argumentos, seja no âmbito acadêmico, empresarial ou até mesmo nas conversas de boteco (fulano me disse que X% dos assaltos no bairro não são investigados; beltrano viu um post no Facebook que dizia que o número de vezes que tal coisa acontece é superior em Y em determinados locais).
Uma das maneiras em que os números e as estatísticas podem pregar peças dependendo de quem os usa é no chamado Paradoxo de Simpson, quando determinadas condicionais probabilísticas podem gerar confusão, como quando pegamos um mesmo banco de dados e o dividimos de diferentes maneiras, encontrando diferentes respostas que, tecnicamente, estariam certas.
Para ilustrar um pouco mais segue um vídeo de Mark Liddell para o TED Ed e que traz um olhar mais completo sobre esse paradoxo.