Adultos mais velhos compartilham até 7 vezes mais conteúdo com links duvidosos ou informações não muito confiáveis, material que poderia ser inserido no badalado grupo das fake news. E o motivo pode não ser bem o que poderíamos imaginar.
Há dois imaginários populares sobre o fato de adultos mais velhos compartilharem mais notícias falsas do que adultos mais jovens, comenta Nadia Bashier, pós-doutoranda no departamento de psciologia em Harvard, EUA, para a Technology Review. O primeiro seria o da diminuição cognitiva conforme o avanço da idade, já o segundo seria uma mera tentativa de criar ou estabelecer conexões (através do compartilhamento massivo de links) devido à solidão. Porém, segundo Bashier, esses dois cenários são estereotipados e não baseados em dados.
Não há, segundo a pesquisadora, uma chave única para o motivo de pessoas mais velhas disseminarem mais informações falsas do que um público mais jovem, mas é possível, segunda ela, adotar alguns parâmetros para que tais acontecimentos sejam atenuados.
Uma das pontas da corda poderia ser uma observação mais de perto sobre o grau de habilidade digital desse público, já que setores mais jovens da sociedade tentem a ter mais familiaridade com as ferramentas digitais, mas não justificaria adolescentes que compartilham tal ceonteúdo nas redes. Outro ponto possível seria o de que pessoas mais velhas geralmente possuem menos contatos em suas bolhas sociais na rede, e como pessoas mais velhas tentem a crer mais em quem conhecem, o ciclo fértil para a disseminação está formulado.
Focando o Brasil, nosso país está entre as nações que mais disseminam fake news pelo mundo, sem contar o fato de que mais de 60% dos brasileiros não sabem reconhecer uma notícia falsa. Poderíamos arricar nossos dilemas sociais, nível de escolarização ou o modo como usamos as redes? Ainda há muito para ser estudado, sobretudo aqui.