Uma publicação interessante no Estadão procura trazer as nuances envolvendo os impactos causados pela inteligência artificial no mercado de trabalho segundo recentes pesquisas.
A ideia parte do próprio temor ao termo “inteligência” chegando aos cargos de trabalho de níveis mais altos. Funcionários com funções mais simples estariam sujeitos a serem substituídos por robôs; cargos mediados, por softwares bem calibrados; e os cargos de gestão? Esses ficariam por conta da inteligência artificial.
Quando somamos ao cenário a necessidade de lidar com toneladas de dados e números o tempo todo com exigência cada vez mais intensa de se reagir a esse contexto com decisões pontuais, precisas e rápidas, fica difícil não apostar algumas fichas que o desenpenho de sistemas com base em inteligência artificial seja superior.
Acontece que há outros nós que precisam ser observados nesse emaranhado. Cargos também irão surgir com a frenética penetração da inteligência artificial no âmbito do mercado de trabalho. Alguns deles, aliás, são apontados em uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) como as carreiras da próxima década.
E há, também, aquele quadrado em que ninguém quer pisar, ou seja, quando cargos não são destruídos e nem criados, mas contantemente vigiados, manipulados e cercados, como no caso das “medições de produtividade” que geram pontuações acerca do desenvolvimento do funcionário.
Em outros termos, quando tocamos no assunto inteligência artificial e mercado de trabalho muita coisa pode ser discutida, refletida e analisada. Tem contexto bom e contexto precário, tem ética sendo ferida e oportunidade sendo perdida. A pergunta é: com qual régua isso tudo tem sido medido?