Blogs, mídias sociais, wikis, lives e todas as demais ferramentas que a web 2.0 pode proporcionar. Não há como ignorar o real potencial que as mídias sociais estão desempenhando no digimundo empresarial. Todo empresa conectada (esperamos que não existam mais empresas apenas off) estão borbulhando pela entrada nas redes sociais e, assim, na mídia-socialização de suas estruturas.

Falar de mídias sociais é fácil, rápido e, principalmente, barato. Hoje em dia há uma criação diária de gurus especialistas em social media, repassando ideias e conceitos importados de outros países para a aplicação – sem modificações na maioria das vezes – direta no Brasil.

Essa “obamização empresarial” tem trazido à tona muitos problemas que nem mesmo os gurus de plantão quiseram prever: muitas investidas estão em total fracasso. O motivo é claro: nossa cultura, aqui, é totalmente diferente da cultura deles, lá. O que deu certo lá não significa que dará certo aqui.

As mídias sociais formam uma excelente plataforma de comunicação direta com seus públicos, internos e externos, tanto na divulgação de campanhas e produtos, como na própria criação de campanhas e produtos. As formas com que você pode fortalecer a imagem de sua empresa são praticamente infinitas, sem contar nas possibilidades que você terá em inovar e revolucionar conceitos e filosofias.

Porém, depois do boom dessa mídia-socialização, o que você quer fazer? Compartilhar ideias, conteúdos ímpares e promover uma cultura pró-ativa de funcionários altamente produtivos são boas alternativas. Na prática, aplicá-las somente depois de entrar nas mídias sociais é mais complicado. Sua empresa já deve possuir um mínimo de estímulo, dentro e fora. Criar essa comunicação compartilhada só para mostrar que sua corporação é 2.0 seria um trabalho árduo e provavelmente fraco em relação aos resultados.

Saiba, sempre, o porque de estar nas mídias sociais. Tão importante quanto saber o motivo é ter em mente quais ferramentas você deve e pode usar. Sair abrindo perfis e contas em todas as redes é demonstrar, de uma maneira 2.0, que sua empresa não está preparada para mudanças.

Para tais mudanças, você deve ter uma história empresarial já formulada. O que você tem para contar? O que você pretende contar? Baseando-se em sua própria história a empresa molda o conteúdo que quer expor nas mídias sociais. Não tem um conteúdo de qualidade? Vai fazer o que, então, nas mídias sociais? Se você não possui ou desconhece seu próprio passado, tentar construir um futuro na web 2.0 será praticamente impossível, e ainda poderá acarretar danos para a imagem da sua empresa.

Por fim, pense nas empresas mais inovadoras do planeta. Faça uma pequena lista mental. Quem aparece? Talvez Google, Microsoft e Apple, certo? Agora responda: quais canais de mídias sociais as empresas mais inovadoras do mundo utilizam? Quanto tempo elas investem em redes sociais e divulgação de guerrilha digital? A resposta é surpreendente: elas quase não investem em mídias sociais, não de forma “obamizada”, pelo menos. Tempo, então, é muito valioso para que elas desperdicem. Por isso o trabalho é cirúrgico e sério, com especialistas altamente gabaritados.

Agora, responda: ok, você quer estar nas mídias sociais. Mas por quê?

Notas:

¹Mídia-socialização: termo que criei para caracterizar a entrada forçada de muitos meios nas mídias sociais.

² Obamização empresarial: outro termo que criei para quem tenta fazer nas empresas daqui o que os assessores de Obama fizeram com ele lá, nos EUA. Acham que só entrar nas mídias sociais já é o suficiente.

Pequenas empresas nas mídias sociais: a insistente “Obamização empresarial”