Murilo Moreno, diretor de marketing da Nissan, foi bem realista quando abriu o primeiro painel do último dia de MediaOn. Com a internet, a atenção dos consumidores simplesmente se fragmentou. Se antes os anunciantes detinham um leque de escolhas relativamente pequeno, agora eles competem com centenas de milhares de páginas, blogs, redes sociais, vídeos e tudo mais que possa chamar a atenção dos clientes.
O lema da Nissan é pensar de maneira diferente. E a abordagem da palestra foi realmente diferente -e muti interessante. Moreno colocou que a forma antiga (advertising) que as marcas trabalhavam era a de interrupção, com baixo envolvimento, onde canais e marcas escolhiam e decidiam o que os consumidores iriam assistir.
No modelo social media, o trabalho que as marcas precisam fazer é o de relacionamento, com alto envolvimento, onde os usuários é que decidem o que querem ou não ver de uma determinada empresa. Ele foi básico e direto: “antes nós, anunciantes, quebrávamos a diversão com um comercial inserido na TV. E o telespectador só tinha duas opções: aguentar o comercial ou mudar de canal. Com a internet ele muda de canal sem a menor preocupação”, disse Moreno.
Para Moreno, a melhor maneira de se construir um relacionamento com os clientes é produzindo conteúdo. “Produzir conteúdo é fazer relacionamento”, comenta. A Nissan montou um grupo editorial para trabalhar toda essa parte de produção de conteúdo, o que evidencia um diferencial perante outras marcas que apenas empurram informações nos clientes.
O mais bacana foi quando Moreno afirmou que produzir conteúdo é compartilhar a posse da empresa. Citou o case de sucesso pôneis malditos e demonstrou como a empresa procura trabalhar o Facebook como plataforma única, aliando entretenimento com conteúdo institucional da marca.
Gian Martinez, diretor de inovação e criatividade da Coca-Cola, foi pelo mesmo caminho na continuidade do painel. Comentou que as marcas devem produzir um conteúdo de qualidade e que isso não é novidade alguma. Além de um conteúdo rico, as pessoas precisam comentar sobre a sua marca. Essa união é que faz todo o diferencial.
Na apresentação de Martinez, o mais marcante foi quando mencionou que as marcas disputam acirradamente a produção de conteúdo com diversas mídias e meios, principalmente com os consumidores, que também são produtores de conteúdo. A sacada foi bacana porque demonstra como grandes empresas passam a tratar o conteúdo informativo como pilar essencial e, principalmente, tratam os consumidores como clientes, mídias, parceiros, advogados da marca e possíveis parceiros.