Em 11 de setembro de 2001, o mundo consolidava uma nova maneira de se consumir informação. Foi após um dos eventos mais marcantes do mundo moderno, os ataques ao World Trade Center, o símbolo financeiro dos Estados Unidos no coração de Nova York, que o planeta firmou sua escolha por uma nova forma de procurar conteúdo e se informar. Nessa ocasião foi sancionado que a internet seria, desde então, tratada como fonte de pesquisa e de notícias, uma ferramenta com possibilidades infinitas de uso, sobretudo jornalístico.

A sociedade global, especialmente a norte-americana, encontrou na web uma nova configuração de aquisição de conteúdo informacional nunca antes presenciada pelo homem. Transformamos a internet, na data de 11 de setembro de 2001, em uma estrutura fantástica, rápida e dinâmica para alimentarmos nosso ávido instinto por informações, agravado pelas tecnologias digitais e sociedade em rede. A busca foi tamanha que conseguimos derrubá-la. Derrubamos até o portal da CNN.

Hoje, um novo fato também ligado ao mentor dos ataques reconfigura, novamente, o consumo de informação através da web. Se na ocasião de 2001 o homem passaria a consumir notícias de maneira diferenciada usando a internet, com a morte de Osama bin Laden nós não só consumiríamos conteúdo, como comentaríamos e, principalmente, compartilharíamos tal informação.

O recorde do Twitter

Osama bin Laden está envolvido diretamente nas duas mudanças históricas na maneira em que consumimos e produzidos informações. Tivemos o tsunami no Japão e outros pontos delicados pelo mundo, como no Egito e na Líbia, mas em nenhum deles o sentimento era tão amplamente discutido como a busca por um dos homens mais perigosos do planeta. Depois dos ataques de 11 de setembro, nunca mais consumiríamos notícias do mesmo jeito. Depois da morte de Osama bin Laden, nós nunca mais iremos comentar as notícias do mesmo jeito.

O poder que a internet tem oferecido aos usuários ainda é extremamente desconhecido. É um solo fértil, muito pouco explorado. Ter a possibilidade de acompanhar, ao vivo, o pronunciamento do presidente norte-americano diretamente pelo Facebook ou pelo YouTube, redes sociais digitais conectadas em rede, é um dos marcos históricos na maneira de se receber conteúdo informacional. Ao acessarmos tais sites, não só consumiríamos como poderíamos comentar, em tempo real, tudo o que acontecia, tendo a possibilidade, ainda, de compartilhar, destacar, rejeitar, criticar ou analisar pontos de vista sobre um mesmo assunto, de maneira global e instantânea.

Não é por acaso que a rede social de microblogs, o Twitter, bateu recorde de publicações com a morte de Osama bin Laden, superando até mesmo o Super Bowl. Na noite de segunda para terça-feira, o Twitter chegou a contabilizar um ápice de 5.106 publicações por segundo. Vale lembrar, ainda, que os ataques e investidas contra Osama foram comentados ao vivo por um usuário paquistanês. A morte do terrorista foi “furada” primeiramente por um membro do governo americano. O Twitter se consolida como ferramenta de compartilhamento e painel para comentários, e Osama bin Laden se estrutura como o fator que mudou a maneira pela qual o homem consome e, agora, comenta as notícias. 

Texto no Observatório da Imprensa.