Os caminhos quando o assunto é reconhecimento facial andam um pouco nebulosos nos últimos tempos. E nebulosos no bom sentido, porque o número de empresas, como IBM e Amazon, que estão banindo ou revendo o uso desse recurso tem aumentando cada vez mais.
Agora outro caldo que tem engrossado parte das cidades. Boston, nos Estados Unidos, aprovou o banimento do uso do sistema de reconhecimento facial no âmbito do município. É a segunda maior cidade dos EUA a adotar tal posição, logo depois de San Francisco se posicionar em 2019.
A proibição não afeta, por exemplo, o uso de reconhecimento facial para que um usuário desbloquei seu próprio aparelho (autenticação), mas é impedida de ser usada para identificação de pessoas, pois já é mais do que escancarado os problemas engavetados no uso de reconhcimento facial no que tange a questões que envolvam a cor da pele, o chamado viés racista do algoritmo.
Boston tenta se livrar de possíveis encrencas que envolvam erros causados por uma inteligência artificial que cometa erros grosseiros ou, ainda, que possivelmente usem o “deslize técnico” para fugir de possíveis danos, como a prisão de um homem inocente apontado como autor de um crime (que nunca cometeu, claro) por um sistema de reconhcimento facial que, teoricamente, teria precisão algorítimica.
Por isso o assunto precisa se tornar cada vez mais público, já que o uso de reconhecimento facial em ambientes públicos, não controlados, ainda mais quando a forma com que o sistema foi desenvolvido não está clara é, sobretudo, perigoso, como apontam entidades no caso do Metrô de SP.
Há quem goste, claro, como o governo russo, mas o tema tem ganho cada vez mais holofotes e posicionamentos de empresas e governos. Esperemos que o debate continue e não seja mera manobra momentânea, passeira.
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