O questionamento sobre quem realmente está vencendo a disputa no Brasil, se Orkut ou Facebook, não é de hoje. A briga tem se acirrado somente nos números, já que a rede social de Mark Zuckerberg não para de inovar e lançar novos serviços, enquanto o fadado Orkut está estagnado e demonstra ares de que não tem – ou não pretende ter – mais fôlego para brigar.

As pesquisas sobre o reinado do Orkut em terras brasileiras já parecem não nos interessar tanto, nem mesmo as contínuas afirmações de que a rede do Google não para de crescer por aqui. Na boa, quem se importa? Isso não é uma questão meramente classificatória ou muito menos puramente irônica. O Orkut não está morrendo; ele está se matando.

Prova disso são os apontamentos acerca da recente superioridade do Facebook frente ao único rival no Brasil, ou até mesmo o lançamento do Google Plus, que mesmo não sendo uma rede social, como afirma o próprio Google, demonstra que não há mais interesse em dar continuidade em um projeto tão repleto de “puxadinhos” como é o Orkut.

É óbvio que o Orkut tem sua importância. Criticá-lo sem argumentos chega a ser patético. O Orkut teve papel fundamental na inclusão digital do Brasil. Foi devido a ele que muitos brasileiros – agora internautas – pegaram o gosto pelas redes sociais, adentrando no mundo digital seja para conversar, postar fotos ou reencontrar amigos. É politicamente correto, hoje em dia, dizer que você não tem Orkut. Isso é ridículo. 

Entretanto, o exemplo do Orkut não deve ser seguido. Seu principal erro foi se esquecer de que tem clientes, não usuários. Servi-los com o melhor serviço, trazendo inovações e recursos únicos não seria um diferencial, deveria ser estratégia da empresa. O fator decisivo para que o Orkut fadasse ao fracasso foi a falta de concorrentes. Em um mercado onde não é quem possa fatiar seu público, acomodar-se para ser o mais correto.

O Facebook entrou no mercado já projetando seu futuro, mesmo não sabendo ao certo o que ele realmente era. Hoje o Facebook é uma rede social, uma empresa de mídia ou uma web dentro da web? Seu ecossistema é tão bem trabalhado que o seu principal foco nunca saiu de cena: conquistar clientes, não usuários. Hoje a rede de Zuckerberg tem 800 milhões de clientes, alguns mais ativos do que outros. Ganha cada vez mais membros, dinheiro, notoriedade, importância e, com isso, consegue se reinventar de tempos em tempos.

Palmas para Mark. Até mais, Orkut.

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O Orkut não está morrendo; ele está se matando