Durante toda a manhã e também pela parte da tarde da terça-feira da semana passada, o Twitter apresentou uma pane geral causada por um script malicioso que redirecionava os usuários para páginas de terceiros (principalmente pornôs), sem clique algum, apenas com o passar do mouse.

Pronto. Foi o bastante para que todo o digimundo entrasse em pânico, e a luz de perigo ficasse acesa. É plausível o entendimento de que o transtorno causado incomoda muita gente, principalmente quem utiliza tal plataforma no trabalho, mas convenhamos que muita gente reclamando ao mesmo tempo do mesmo assunto incomoda muito mais.  

Enquanto o problema no Twitter não era sanado, uma simples atitude era suficiente para que o usuário continuasse utilizando os serviços da rede sem maiores complexidades: em vez de acessar o microblog pela página na web, bastava fazer o acesso via clientes. Simples, rápido e sem nenhuma complicação. Mais isso não era o bastante para aqueles que adoram afirmar que vivem em função das redes e das mídias sociais.

No final, cerca de 100 mil usuários foram afetados por um bug inserido através de falhas na segurança, descobertas por um garoto australiano de 17 anos, e que mais tarde foram exploradas freneticamente por crackers até que o Twitter assumisse a pane e a consertasse.

Na quarta-feira, outra falha esteve no topo das paradas dos assuntos mais comentados. Outro bug causou insegurança e transtorno entre milhares de usuários em diversos países. A bola da vez foi a maior rede social do planeta, o Facebook. Uma pane impediu que os internautas acessassem suas contas. Mais um motivo de pânico geral? Para os usuários da web 2.0, sim.

Isso só demonstra a fragilidade daqueles que pregam uma sociedade totalmente digitalizada, informatizada e, principalmente, em rede. Quando quaisquer das redes sociais da moda ficam fora do ar, o digimundo entra em colapso e tenta refletir tal transtorno para a vida real. Mas não conseguem. O mundo real possui seus problemas e entraves particulares. Dificilmente é contaminado por contratempos originados na web.  

O único desconforto que fica é quanto às novas gerações e os seus reais princípios. Ontem, todos reclamavam quando faltava água no bairro. Hoje, todos não conseguem mais viver em harmonia quando falta energia na rua. Temo que amanhã só reclamemos que não havia Twitter ou Facebook no café da manhã.

Texto no iMasters.

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